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O que não está

  • Foto do escritor: Andersonn Prestes
    Andersonn Prestes
  • 27 de ago. de 2013
  • 1 min de leitura

Atualizado: 6 de jan. de 2024



Estou lendo um livro do Eduardo Galeano, Bocas do Tempo. Tenho demorado uma eternidade. Leio esporadicamente: uma vez aqui, outra lá. É um livro de pequenos contos e crônicas não diretamente relacionados. É fácil se perder no tempo e ir e voltar ao livro. Li um pequeno conto hoje de manhã e quero postar aqui. Me fez rir antes de ir trabalhar. Fala sobre a nossa capacidade de ver onde não há, enxergar aquilo que não está, e nem nunca esteve.

Indícios

Não se sabe se aconteceu há séculos, ou há pouco, ou nunca.

Na hora de ir para o trabalho, um lenhador descobriu que o machado tinha sumido. Observou o vizinho e comprovou que tinha o aspecto típico de um ladrão de machados: o olhar, os gestos, a maneira de falar...

Alguns dias depois, o lenhador achou o machado, que estava perdido num canto qualquer.

E quando tornou a observar seu vizinho, comprovou que não parecia nem um pouco um ladrão de machados, nem no olhar, nem nos gestos, nem na maneira de falar.

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