Tem visitas em casa. Meu tio, minha vó, minha prima – e teve mais primos de tarde com a filhinha. A Stellinha gostou da minha vó.
Gente chega, gente vai. Cresce, dorme, come. Envelhece...
Estava ouvindo essa música do Paralamas sexta, quando tomei umas cervejas em casa. O nome é “Um pequeno imprevisto”.
Conta a história de alguém que queria muita coisa:
“Eu quis querer o que o vento não leva”(...) “Eu quis amar o que o tempo não muda”(...)“Eu quis prever o futuro, consertar o passado”. “Calculando os riscos/Bem devagar”.
Então o pequeno imprevisto acontece...
“Até que um dia qualquer eu vi que alguma coisa mudara/trocaram os nomes das ruas e as pessoas tinham outras caras/no céu havia 9 luas e nunca mais encontrei minha casa”.
Ele queria. Estava lá, querendo. A gente sempre quer. Até porque devemos querer. Pelo menos alguma coisa.
Só que as coisas mudam. O céu abre, o vento esfria, o ônibus não passa.
Na música, não sei se o fato de ele nunca mais encontrar a casa é uma libertação. Ele saiu daquele mundo controlado, calculado, pesado. Ele viu 9 luas no céu. Um universo de possibilidades. Novas caras, novos rumos. Ele já tem uma nova casa.
– ou foi uma penitência? Ele nunca mais voltou por sempre querer tudo calculado.
Não sei o que o Herbert quis dizer. Mas prefiro ficar com a versão da liberdade.
Até porque não é qualquer um que teria nove luas.