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  • Foto do escritorAndersonn Prestes

Apresento-lhes: Yuna



Yuna é uma premiada cantora pop. Acho que ela não é muito conhecida no Brasil. Na verdade ela é pop pelo jeitão da música, que acabou não decolando (pelo menos não ainda). Continua um pouco escondida atrás do próprio talento.

Ela tem uma voz suave, bem aveludada, que faz a gente se sentir bem. As letras são bem femininas. Falam de uns carinhas, dela mesma, da insegurança e confiança que uma mulher jovem carrega.

Yuna é da Malásia. Ela começou a cantar nos bares locais e fazer uma e outra música. Ela chamou atenção. Atenção dos gringos também. Ela fazia música em inglês e em malaio. Mas depois passou a gravar só em inglês.

Malásia é um país Asiático, fica lá no pacífico, rodeado de água. Dizem que tem praias bonitas e é uma das economias fortes da região, com uma média de crescimento de 6,5% anual do PIB.

É um país de maioria muçulmana, com liberdade para diferentes religiões. Eu não sei como é o dia a dia da Malásia. Se realmente há liberdade de crenças e aceitação. Mas vejo na música da Yuna uma certa liberdade. Não sei se a música dela poderia vir de algum lugar muito fundamentalista. Pelo menos acho que não, sem ela pelo menos tocar no assunto.

Eu tenho um palpite de que, além do talento inquestionável de Yuna, os gringos gostaram dessa muçulmana liberal. Essa moça bonita falando de coisas de moça. Pouquinho tempo atrás, o mundo parecia estar gostando da diversidade. E por que uma jovem da Malásia não poderia se tornar uma nova Beyoncé? Ou uma Norah Jones? (acho que estaria mais perto).

Acho que o vídeo abaixo foi um dos primeiros dela. A música tem algumas camadas de voz. O acento dela cantado em inglês, alguns teclados e um baixo. A letra diz que ela está apaixonada por um estranho, que poderia ser perigoso, quem seria ele?

Neste outro vídeo ela está mais madura, brincando com a voz com o pedal de loop.

Acho que agora as coisas vão ficar mais difíceis para Yuna. A onda anti-muçulmana global deve interferir na escalada pelo reconhecimento. Ela usa o véu.

Eu não sei bem o que pensar sobre o Islã. Eu gostaria de ir em algum desses países, talvez como a Malásia, que seriam mais liberais, com diferentes cultura e etnias - sem fundamentalismos malucos-, e ver como todo mundo vive junto. Se a mulher opta por usar o véu: ela tem esse direito. Yuna continua bonita e provavelmente orgulhosa de sua crença. Li uma pequena charge num feed de Oxford que o véu poderia ser na verdade um símbolo de empoderamento feminino. Se a mulher pode mostrar, ela também pode não mostrar. A opção continua sendo dela.

Mas religião é sempre complicado. Ao mesmo tempo que pode nos dar significado e segurança, pode nos tirar a razão.

Não tenho fechamento para esse texto, como não tenho para o caso. Só espero que gostem do som da Yuna.

(Foto do topo por Themonicapatel - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=87411659)

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