top of page

"Um novo ser"

  • Foto do escritor: Andersonn Prestes
    Andersonn Prestes
  • 21 de jul.
  • 2 min de leitura
Foto por Tamara Mello
Foto por Tamara Mello

Um dos trabalhos mais legais da minha carreira foi lançado. A Session “Um novo ser” escancara a minha música: ela me escancara. Ficar vulnerável assim pode ser o que se espera de um artista. É bonito ver depois de pronto. É bonito ver que os artistas que acompanharam entenderam, assimilaram e entregaram um trabalho excelente.

 

Há uma espécie de fio que une as três canções.

 

“Um novo ser” começa com “Cada Manhã”. É o recomeço, a mudança de perspectiva, o auto cuidado. A vida é pouca demais para não ser inteiro, seja lá o que isso significa para ti.

É tanto o quanto se espera para caber em uma caixa; o quanto a sociedade, que adoece de todas as formas, te impõe um destino. Minha arte é calcada na sensibilidade, na auto descoberta - em ser quem se é: sem ruídos, devaneios e interposições. Se não soubermos quem somos, alguém - a sociedade como um todo - vai tentar impor e convencer o que lhes for conveniente e utilitário.


E ao menor sinal, tu some. Vem a se sentir irreconhecível.

 

Somos gigantes. “Luz” é a segunda faixa. Todos nós iluminamos. É um exercício. Quando tu sente que o tempo parou? Que tu percebe que está realmente presente? Que não há pensamentos intrusivos? Que tu pode ser capaz de tocar o infinito? É nesse momento que se é. Simplesmente não é necessário nenhuma explicação. Nosso estado bruto é a paz. Se sentir bem não deveria ser um privilégio. Todos esses problemas criados por algum sistema que insiste em criar problemas para que tu seja julgado por sentar num banco da praça para simplesmente - e somente - desfrutar de um chimarrão feito com apreço.

 

Nada mais.

 

“Encontros” fecha a Session. É a experimentação do mundo. Sair. Ver. Tocar. Sentir. E se encontrar. São os encontros com as pessoas, com os lugares e as texturas. Ir para depois voltar. Reconhecer as dores do mundo. Fazer as pazes com as suas. Ter fé. Sem os juízes e seus dedos apontados. O tempo de mudança que permanece.

 

O quanto a arte salva não caberia em um texto. O quão revolucionário é ser honesto em um mundo que preza pelas aparências? Aquele que aparenta, amarga a nudez da honestidade. Esquece que sua realização está enraizada e não em sua superfície. Sei que minha música pode ser muito apreciada e também causar desconforto. Mas no final das contas, não é isso que é arte? Em nosso mundo utilitário, não seria essa sua utilidade?

 

Um agente de mudanças internas. Um desencadeador de mudanças externas.



Comentários


bottom of page