O Sr. Ru era muito importante. Nunca Ru, sempre Senhor. Pra lá, pra cá. Era um tal de “sim, Senhor”, “desculpe, Senhor”, “obrigado, Senhor”. Responsável por seis terrenos, trinta maquinários e dezenove cobertores, o senhor desfilava com o ar superior sobre as mazelas da vida. Sr. Ru, no entanto, percebeu que pouco a pouco o ar o esvaziava, tornando-o distante e imerso em sua própria importância. Foi quando resolveu sair. Saiu pra cá, pra lá. Olhou no olho e baixou a voz. Descobriu que os seis terrenos, trinta maquinários e dezenove cobertores iam bem sem sua presença. Haviam outros tão competentes, também talentosos, cuja sina não os tornaram senhores.
Voltou Ru, importante como nunca, para ele mesmo.