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  • Foto do escritorAndersonn Prestes

A curta fé


Faz tempo que não escrevo. Não tenho nenhum assunto na cabeça e vou deixar o texto fluir como for. Escrever sobre essa confusão que estamos vivendo no Brasil não quero. Não quero análise, nem textão. Pelo menos não agora, domingo de noite, tomando água e sentado na cama.

Esses dias falei sobre fé com alguém. Agora estou escutando aquela música d’O Rappa, aquela que fala de fé. A conversa de dias atrás foi curta, mas legal. É sempre polêmico entrar nesse assunto. Ainda mais com o crescimento da bancada evangélica, extremamente conservadora, e que me assusta um pouco (bastante). Mas a fé que conversamos vai além disso aí. (E não vou falar de política).

Ela acreditava em Deus, mas não sei qual era a religião. Ela dizia que Deus era uma espécie de um ponto de equilíbrio. Que tinha fé. Eu sou, sei lá, um ateu espiritual (?). Não acredito em um Deus personificado. Minha formação científica faz com que eu não consiga pensar que exista alguém sentado lá em cima. Talvez acredite que tudo é Deus e que tudo isso que acontece é um milagre. (E por isso também a gratidão).

Mas apesar de nossas diferenças, chegamos em um acordo sobre a fé. Eu, sem um Deus concreto; ela, com sua crença – que respeito, obviamente.

Eu tenho fé. Acho que fé seria um tipo de força interna que nos faz acreditar em nós mesmos. E acreditar também nas coisas, nas circunstâncias e que tudo vai de alguma forma funcionar, mesmo que não funcione, porque mesmo assim funcionou. Eu não estou falando de nenhuma forma de misticismo, nem mesmo de karma, ou outras forças externas. Falo de nós mesmos. De estar psicologicamente conectado internamente. Se a gente perde a fé, pode ser um pouco perigoso. Talvez mais do que esperança ou otimismo. Se não há mais sentido interno, busca ou satisfação, não sei muito mais o que há. Acho que é isso que chamo de fé.

Não vou escrever mais, ficou curto como a conversa, que acabamos nunca mais tendo.

Aqui a música que estava escutando, de quando a banda voltou depois de um hiato, que veio muito bem.


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