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  • Foto do escritorAndersonn Prestes

Da arte, estabilidade ao estoicismo



Finalzinho da semana passada foi movimentada, pelo menos em acontecimentos no que diz respeito a mim - já que estou em casa e só me movimento no pátio dos fundos. Eu lancei um novo single e fiz aniversário. Um depois o outro.

É sempre bom lançar música nova, colocar uma parte sua no mundo. Da maneira como faço arte, minhas músicas são como extensões de mim. Tem uma frase muito legal de uma artista da Malásia chamada Yuna. Ela diz que: “ser um artista, tu tens que ser tu mesmo, só que amplificar isso por 10”. (Being an artist, you have to be yourself, but amplify it by ten).

Meu novo single é uma música posicionada, que expressa o que penso sobre o que estamos passando, principalmente em relação ao meio ambiente.

James Baldwin, um famoso escritor estado-unidense, pioneiro em abordar temas sociais e raciais na literatura, tem uma frase bastante profunda: “a batalha de um artista com sua sociedade é uma batalha de amantes, e ele faz, no seu melhor, o que amantes fazem, que é revelar seu amado(a) para si, e com essa revelação, tornar a liberdade real”.

(The war of an artist with his society is a lover’s war, and he does, at his best, what lovers do, which is to reveal the beloved to himself and, with that revelation, to make freedom real).


Entendo que ele diz que no momento em que nos revelamos a realidade, que nos expressamos, estamos nos tornando livres e dando respaldo para a significação e proliferação dessa liberdade.

E no meio de toda essa triste realidade eu completei mais um ano de vida. Ficar velho não chega a ser um problema. Já tenho alguns cabelos brancos e uma testa considerável. Mas me sinto bem, tranquilo. Tenho feito exercícios diariamente e até emagreci alguns quilos.

Admiro o que alguns dos mais velhos possuem, que desfrutam da calma e consciência de que o tempo passa.

O que me incomoda um pouco é essa falta de segurança e estabilidade. Redirecionei minha carreira e já tentei algumas outras - onde fui entrevistado (design gráfico numa empresa para dentistas, professor de inglês em escolas especializadas, corretor de imóveis). Por uma vontade interna tenho progredido como artista, talvez também até como escritor, mas ainda não é algo que eu possa contar com um ordenado que consideraria justo, pela minha dedicação, e que me estabilizaria.

Mas existe uma escola filosófica que gostaria de ter conhecido muito antes, o estoicismo. Há uma frase de um cara chamado Epictetus sobre o que sempre devemos nos perguntar face a realidade: “Isso é algo que está ou não está em meu controle?”.


Assim, façamos o melhor que pudermos de nós mesmos e não nos abalemos pelo que está além de nosso controle. Até porque apenas fortes e livres o suficiente poderemos então lutar para mudar.

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