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  • Foto do escritorAndersonn Prestes

O mercado da música e o artista independente



O mercado da música mudou nas últimas décadas. Já não são tantos artistas ou bandas em um grande mainstream e houve o desenvolvimento de um midstream, que provavelmente sempre existiu, mas agora está em maior evidência.

Estes artistas, que não movimentam grandes massas, têm seus “nichos” de atuação. Possuem públicos-alvo menores que gostam e acompanham a música - e que podem acompanhar outros nichos ao mesmo tempo.

Artistas que ainda estão procurando expansão, especialmente de forma independente (o meu caso), procuram se desenvolver com essa estratégia de nichos ou também chamada de “calda longa” - referindo-se ao final da cauda de um gráfico de curva.

A arte é direcionada a pessoas que supostamente teriam interesse naquele tipo específico, nichado, dentre toda a diversidade musical existente.


Mesmo no midstream, a música pode ser bastante rentável e gerar estabilidade aos envolvidos no projeto.

Autogestão é outra realidade dos músicos atuais, que gerenciam todos os aspectos de suas carreiras. Acontece mais por uma questão de necessidade do que opção, apesar de que se tomada a projeção almejada, a independência pode ser um ponto positivo. O músico precisa ser multi tarefa: aprender gestão de redes sociais, design e vídeo, marketing e gerenciamento de anúncios, produção textual, networking, shows e lives - e claro, desenvolver sua música, seu conceito artístico, aprimorando-se, compondo, lendo, etc.

Por um lado, a maior facilidade de produzir música (alguns anos atrás era muito mais difícil produzir um álbum) junto ao acesso universal da internet, aumentaram a possibilidade dos músicos gravarem e apresentarem seu material. Do outro, o acesso a determinadas mídias e a real expansão do trabalho na internet é limitado, por uma questão de design dessas ferramentas - especialmente de maneira orgânica.


Investimento é preciso, assim como muito trabalho e planejamento.

Quando há alguma oportunidade de angariar algum investimento, alguma projeção, eu procuro me inscrever. Todo ano eu tento o edital da Natura Musical, um dos maiores do país (o maior que atenderia ao nicho que estou tentando fazer parte). Tentei o programa Impulso da UBC, o Aceleração Musical da Labsonica, inscrevi música no Festival Toca, no latino Ibermúsicas, e tantos outros. Em nenhum desses fui contemplado. Mas estou lá, batendo na tecla: talvez um ou outro curador possa ter gostado, talvez não.

É preciso ter resiliência e se manter firme acreditando no trabalho - respirar e deixar se esvair qualquer síndrome de impostor. E sempre lembrar que o vácuo é aquilo que já está garantido.

De todo modo, há momentos recompensadores também durante essa caminhada, como no êxito do projeto de financiamento coletivo para o videoclipe de “E vai lá”. Hoje o clipe conta com quase 20 mil visualizações no YouTube e entrou na programação dos canais BIS e Music Box Brazil. Ou quando há o lançamento de uma música e tu recebes todo carinho e afeto das pessoas que apoiam, algumas vezes até bastante inesperados.

Recentemente, junto aos parceiros da Colateral Filmes, conseguimos o financiamento de um videoclipe para “Horizonte”. E agora, esperançoso, aguardo o desenrolar de mais um edital nas próximas semanas.

O que me entristece um pouco é ver essa gente boa, alguns amigos próximos inclusive, que têm talento, dedicação, assim como eu, e estão(mos) ainda lutando por um lugar ao sol nesse mercado.

O sol é um astro tão grande, tenho convicção de que há lugar para todos.

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